'Algoritmo não diferencia afeto de exploração', diz especialista sobre risco de expor fotos de crianças nas redes

  • 23/08/2025
Na última quarta-feira (20), a Câmara aprovou o projeto de lei que combate a "adultização" de crianças em redes sociais. O tema ganhou destaque após um vídeo do youtuber Felca denunciar a exploração digital de crianças e adolescentes. Publicar e expor a imagem de crianças e adolescentes em redes sociais representa um perigo que precisa ser conhecido e medido, como explicou a psicóloga Nay Macedo em entrevista ao podcast O Assunto da segunda-feira (18). "Grande parte dos adultos, familiares, escolas ou amigos vão compartilhar essas imagens com boas intenções", diz Nay, que é especialista em proteção infanto-juvenil na era digital. Mas ela faz um alerta importante: "O problema é que o algoritmo não diferencia o que é afeto do que é exploração. Ele só vê o engajamento. Então ele distribui mais para quem interage mais, inclusive para predadores e violadores." Ouça, no player acima, a partir de 32:23. Nay Macedo explica que há "muitas evidências demonstrando que o que engaja mais [nas redes sociais] tem a ver com crianças e adolescentes". Com isso, imagens de menores podem aparecer para mais usuários, viralizar e, com isso, chegar a potenciais abusadores. Conteúdo autogerado Na conversa com Victor Boyadjian no podcast, a especialista explicou também que boa parte das imagens usadas para abastecer grupos de exploração sexual infantil, além de roubos de dados e fraudes, são "conteúdo autogerado". Mas o que isso significa? São imagens e informações publicadas pelos próprios usuários - incluindo familiares e responsáveis por menores. Publicadas em perfis abertos, as imagens podem ser acessadas por qualquer pessoa, e chegam às mãos de criminosos. Diante desse cenário, a conscientização é fundamental, segundo Nay. Ela reforça que, embora muitas vezes o conteúdo seja postado com boas intenções, é preciso entender os riscos e tentar minimizá-los. Nay Macedo lista algumas recomendações: Ao decidir postar uma foto, ter a consciência de que a exposição online não é 100% segura, mesmo em perfis fechados; Manter perfis fechados, aceitando apenas contatos conhecidos (Nay relembra que, apesar disso, muitos agressores são conhecidos e próximos das vítimas); Evitar postar fotos de crianças com uniformes escolares, informações de localização ou da rotina, que permitam "rastrear" os menores; Não compartilhar imagens em trajes que possam deixar a criança vulnerável; Explicar à criança, à medida que ela cresce, o direito dela de opinar sobre a própria imagem e respeitar a vontade do menor de idade, caso ele não queira ser exposto; Utilizar alternativas mais seguras para o compartilhamento, como álbuns digitais fechados, mensagens diretas ou chamadas de vídeo. Ouça a íntegra do episódio aqui. O que você precisa saber: REDES SOCIAIS: Vídeo viral levanta debate sobre exploração de crianças e adolescentes Denúncias de exploração sexual na internet mais do que dobram em seis dias INFLUENCIADOR: Por que Hytalo Santos foi preso? Veja os argumentos do juiz do caso Defesa de Hytalo diz que decisão é 'ilegal' e que vai pedir habeas corpus ENTENDA: O que é 'adultização' e por que ela traz danos à infância? Como proteger a imagem de crianças na internet O Assunto é o podcast diário produzido pelo g1, disponível em todas as plataformas de áudio e no YouTube. Desde a estreia, em agosto de 2019, o podcast O Assunto soma mais de 168 milhões de downloads em todas as plataformas de áudio. No YouTube, o podcast diário do g1 soma mais de 14,2 milhões de visualizações.

FONTE: https://g1.globo.com/podcast/o-assunto/noticia/2025/08/23/algoritmo-nao-diferencia-afeto-de-exploracao-diz-especialista-sobre-risco-de-expor-fotos-de-criancas-nas-redes.ghtml


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